quinta-feira, 28 de maio de 2009

D.L.A.A.




Estou feliz agora...
Façam esta viagem...essa proximidade...
Eu os amo...e isso faz com que eu também seja melhor...
e que escape das armadilhas do meu pensamento...
Não esqueçam de mim...que estou aqui...do lado de cá...
Mas,com o coração aí...do lado de lá...
Cuide dela por mim também..
O choro...acalenta a alma.....ele faz com que o pesar amenize...
Eu quero que haja um desembaraço disso tudo...que essa proximidade seja leve...
E colorida como um arco-íris...
O sol brilhando sobre a chuva...e que essas cores jamais se apaguem...
Eu amo tanto esse lugar...minhas histórias..meus tropeços...minhas falhas...
Eu choro tanto..por não poder...isso aqui sem meus amores é nada...
...Minhas lágrimas escorrem agora...eu,você e ela na tua casa...
Foram dias de muita alegria pro meu coração..cansado...não sei o dia de amanhã...
Deveras seja eterno...ou não...os sentimentos que repercutem dentro de mim são de alegrias...
Você se tornou um ser indispensável...não sei como andam as coisas por aí..
Mas,te digo com certeza de que aqui não são melhores....sinto falta de tudo..do passado...do presente e talvez do futuro..
O obrigado é pra você...por todo o amor...
...Pois os dias pra mim não passam...eles penetram em minha alma...me apunhalando...
me sufocando..como se eu fosse uma parasita...eu amo tudo o q você vive...esse lugar..
O cheiro dos amores antigos...a névoa.. aquela fumaça transparente e inquieta...
O todo que faz ser o que sou...eu soluço em meu choro...me debruço...
Fico bêbada pra dor passar...e nem a dor e os dias passam...



Com amor,eterno amor...

Lane Cardoso

sábado, 9 de maio de 2009


 

Cansei dessa zona...

Dessa palhaçada.

Gente sem graça.

Em um distante tempo deixei minhas lembranças pra trás.

Acolhidas pelo vento...

Sinto-me cansada.

Demasiadamente atrofiada.

Quero tudo de volta!

Em um tempo circunstante, consequente..

Relembrar velhas passagens, retornar à mesmice...

Era bem melhor...

Tempo, tempo, tempo.

Que não volta mais.


Lane Cardoso

terça-feira, 5 de maio de 2009

Travessia
















Quando você foi embora fez-se noite em meu viver 
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que
chorar

Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho pra falar 
Solto a voz nas estradas, já não quero parar 
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar 
Sonho feito de brisa, vento vem terminar 
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar 

Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver 
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver

Solto a voz nas estradas, já não quero parar 
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar 
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar 

Vou seguindo pela vida me esquecendo de você 
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver 
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer 

(Milton Nascimento E Fernando Brant)
















Não sei escrever sobre filosofia.
Não sei ler em voz alta.
Não sei saltar balões e atear fogo.
Não sou destra.
Não está escrito na minha testa.
Não compro jornais.
Sou um fatídico jogo de sorte.
Não sei me livrar do mal.
Não sei torcer por futebol.
Não sei entre quatro paredes.
Não vomito em sons.
Não engulo seco.
Não vasculho vidas.
Não sou alheia.
Não me mandaram flores.
Não torceram meu pescoço.
Não adivinho cheiros.
Não rascunho sem caneta.
Não viro uma esquina à toa.
Não me viro do avesso.
Não sei do seu retrato.
Não me desmancho em retalhos.
Não sou uma surpresa.
Não estou em suas presas.
Não sei de testamentos.
Não sei de monumentos.
Sou impagável.
Sou a sorte de um jogo de azar.

Lane Cardoso

sábado, 2 de maio de 2009

Velhas linhas...


Fazia tempo que esta brisa tão tocava o meu rosto...

Este azul celeste me lembra uma infância não tão distante.

Ecoam esses sons do mar bem longe, onde o vento costumava balançar nossos cabelos.

Saudades daquela época em que escutávamos pássaros cantarem.

Hoje eu não escuto mais.

É efêmero não pensar neste retorno.

Voltar pra aquela cabaninha onde o monte de areia servia pra te consolar com aqueles castelos mal-feitos.

Juventude estática, voando alto, saltando entre as estrelas.

Diariamente se vê da janela aquele sol brilhante com nuvens cor de neve...

Lembro-me de quando me balançava na rede e eu adormecia...

No espelho a olhar-me, sentindo o cheiro do café e depois sentir o gosto do pão.

Brincando de roda e teu olhar atento a todas,às nossas manobras.

Aquela criançada.

Não tentei ser o que sou, foi por acaso...

Ser esta vastidão de saudade, de alegria.

E por ora, nostálgica.

Queria todo aquele sol, todas aquelas nuvens pra te agarrar no horizonte, no infinito.

Enquanto o sonho permeia minha noite,

Resta-me estes versos,que enxugam minhas lágrimas.


Lane Cardoso

Soube mais das dores...


Estas frases tão e palavras tão densas e tão propensas...nos fazem relembrar o que pesa na alma?
Em seus desencontros cruzando com o silêncio nos fazem relembrar o que está suspenso?
Presas em altas e elevadas encruzilhadas que transformam nosso ato de pensar em circunstâncias relativamente normais?
Qual o problema em penar?
Empenar esta crosta de alfaiataria. Essa costa de solidão.
Sorrindo deste abismo.. Estou rindo de mim... Sem fim...
Um fim de suspense. Um filme de suspense... Sem pena...
A pena por si só já dói...
E nesta dor tão profunda quanto este abismo mental, tentei consertar meus passos, mas em meio a muitas doses é praticamente irreconhecível o meu esforço.
Esforço este a que devo satisfações à minha própria sorte...
Que sorte?
Aquela incompreendida diante de um pranto.
Que se alterava enquanto aumentava a dolorida sensação de te perder me perdendo.
Eu te perdia através da minha perda...
Eu estava me perdendo.
Inacreditável que este coração não tenha encontrado um amor.
E tão tarde irá encontrá-lo...anda perdido por entre estes colapsos sem trajes e diante desta luz....cinza.
Preste atenção...não cave ainda mais esta dor...
Preste atenção...este abismo é maior...
Essa ferida é uma bagunça...
O intermédio entre a cova e o imundo...
Aqui não se pode ter paz...esta cena encena o meu fracasso.
E esta minha cara triste...
Procurando a tua mão que eu esperava estar estendida, estende a causa desta trágica comédia...
A morte se aproxima dessa minha doce vergonha.
É dessa velha e feia vergonha...

 Lane Cardoso