quinta-feira, 18 de junho de 2009

"Esteja liberto preso a você mesmo."

(Lane Cardoso)

terça-feira, 16 de junho de 2009


" Eu uso a retórica como um artefato.
Abomino suas conclusões sobre o que sou."


(L.Cardoso)
Quem deseja ter razão de certo a terá com o mero fato de possuir língua.
Goethe

segunda-feira, 15 de junho de 2009



O mundo surpreeende..
A pessoa que te deu a mão...
O silêncio nos olhos...
Surpresas...boas ou más...
Estão por toda parte...
Magoando ou desenhando...
Alegrando-te ou não o coração...
A surpresa pode até ser uma arte...
Fantasias de um péssimo artista...
Lembro-me dos dias em vão...
Da cabeça encostada em teu ombro...
Do olhar tolo em direção ao horizonte...
Do afago das minhas mãos...
O castelo era de areia...
Caiu.



Lane Cardoso

Andando ou vagando,
Sou o que sou.
Ando torto,ando reto,
Sei bem pra onde vou.
Cabelo solto...corpo leve,
Sou eu quem escreve a minha prece.
No meu ritmo,
Continuo a seguir.
Não há o que descobrir,
Não há o que fingir.
O sol brilha,o amanhã está ensolarado,
Melodia,
Comigo,lado a lado.
E assim vou criando meu compasso.
Não se admire,não se engane,
Na primeira impressão.
Não me mire,não atire,
Lembre-se apenas da canção."

(Lane Cardoso)
"A incoerência é um abismo.
Entre o dizer e o fazer,a maior parte dos seres humanos está
tentando suicídio."

(Lane Cardoso)


quinta-feira, 28 de maio de 2009

D.L.A.A.




Estou feliz agora...
Façam esta viagem...essa proximidade...
Eu os amo...e isso faz com que eu também seja melhor...
e que escape das armadilhas do meu pensamento...
Não esqueçam de mim...que estou aqui...do lado de cá...
Mas,com o coração aí...do lado de lá...
Cuide dela por mim também..
O choro...acalenta a alma.....ele faz com que o pesar amenize...
Eu quero que haja um desembaraço disso tudo...que essa proximidade seja leve...
E colorida como um arco-íris...
O sol brilhando sobre a chuva...e que essas cores jamais se apaguem...
Eu amo tanto esse lugar...minhas histórias..meus tropeços...minhas falhas...
Eu choro tanto..por não poder...isso aqui sem meus amores é nada...
...Minhas lágrimas escorrem agora...eu,você e ela na tua casa...
Foram dias de muita alegria pro meu coração..cansado...não sei o dia de amanhã...
Deveras seja eterno...ou não...os sentimentos que repercutem dentro de mim são de alegrias...
Você se tornou um ser indispensável...não sei como andam as coisas por aí..
Mas,te digo com certeza de que aqui não são melhores....sinto falta de tudo..do passado...do presente e talvez do futuro..
O obrigado é pra você...por todo o amor...
...Pois os dias pra mim não passam...eles penetram em minha alma...me apunhalando...
me sufocando..como se eu fosse uma parasita...eu amo tudo o q você vive...esse lugar..
O cheiro dos amores antigos...a névoa.. aquela fumaça transparente e inquieta...
O todo que faz ser o que sou...eu soluço em meu choro...me debruço...
Fico bêbada pra dor passar...e nem a dor e os dias passam...



Com amor,eterno amor...

Lane Cardoso

sábado, 9 de maio de 2009


 

Cansei dessa zona...

Dessa palhaçada.

Gente sem graça.

Em um distante tempo deixei minhas lembranças pra trás.

Acolhidas pelo vento...

Sinto-me cansada.

Demasiadamente atrofiada.

Quero tudo de volta!

Em um tempo circunstante, consequente..

Relembrar velhas passagens, retornar à mesmice...

Era bem melhor...

Tempo, tempo, tempo.

Que não volta mais.


Lane Cardoso

terça-feira, 5 de maio de 2009

Travessia
















Quando você foi embora fez-se noite em meu viver 
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que
chorar

Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho pra falar 
Solto a voz nas estradas, já não quero parar 
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar 
Sonho feito de brisa, vento vem terminar 
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar 

Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver 
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver

Solto a voz nas estradas, já não quero parar 
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar 
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar 

Vou seguindo pela vida me esquecendo de você 
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver 
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer 

(Milton Nascimento E Fernando Brant)
















Não sei escrever sobre filosofia.
Não sei ler em voz alta.
Não sei saltar balões e atear fogo.
Não sou destra.
Não está escrito na minha testa.
Não compro jornais.
Sou um fatídico jogo de sorte.
Não sei me livrar do mal.
Não sei torcer por futebol.
Não sei entre quatro paredes.
Não vomito em sons.
Não engulo seco.
Não vasculho vidas.
Não sou alheia.
Não me mandaram flores.
Não torceram meu pescoço.
Não adivinho cheiros.
Não rascunho sem caneta.
Não viro uma esquina à toa.
Não me viro do avesso.
Não sei do seu retrato.
Não me desmancho em retalhos.
Não sou uma surpresa.
Não estou em suas presas.
Não sei de testamentos.
Não sei de monumentos.
Sou impagável.
Sou a sorte de um jogo de azar.

Lane Cardoso

sábado, 2 de maio de 2009

Velhas linhas...


Fazia tempo que esta brisa tão tocava o meu rosto...

Este azul celeste me lembra uma infância não tão distante.

Ecoam esses sons do mar bem longe, onde o vento costumava balançar nossos cabelos.

Saudades daquela época em que escutávamos pássaros cantarem.

Hoje eu não escuto mais.

É efêmero não pensar neste retorno.

Voltar pra aquela cabaninha onde o monte de areia servia pra te consolar com aqueles castelos mal-feitos.

Juventude estática, voando alto, saltando entre as estrelas.

Diariamente se vê da janela aquele sol brilhante com nuvens cor de neve...

Lembro-me de quando me balançava na rede e eu adormecia...

No espelho a olhar-me, sentindo o cheiro do café e depois sentir o gosto do pão.

Brincando de roda e teu olhar atento a todas,às nossas manobras.

Aquela criançada.

Não tentei ser o que sou, foi por acaso...

Ser esta vastidão de saudade, de alegria.

E por ora, nostálgica.

Queria todo aquele sol, todas aquelas nuvens pra te agarrar no horizonte, no infinito.

Enquanto o sonho permeia minha noite,

Resta-me estes versos,que enxugam minhas lágrimas.


Lane Cardoso

Soube mais das dores...


Estas frases tão e palavras tão densas e tão propensas...nos fazem relembrar o que pesa na alma?
Em seus desencontros cruzando com o silêncio nos fazem relembrar o que está suspenso?
Presas em altas e elevadas encruzilhadas que transformam nosso ato de pensar em circunstâncias relativamente normais?
Qual o problema em penar?
Empenar esta crosta de alfaiataria. Essa costa de solidão.
Sorrindo deste abismo.. Estou rindo de mim... Sem fim...
Um fim de suspense. Um filme de suspense... Sem pena...
A pena por si só já dói...
E nesta dor tão profunda quanto este abismo mental, tentei consertar meus passos, mas em meio a muitas doses é praticamente irreconhecível o meu esforço.
Esforço este a que devo satisfações à minha própria sorte...
Que sorte?
Aquela incompreendida diante de um pranto.
Que se alterava enquanto aumentava a dolorida sensação de te perder me perdendo.
Eu te perdia através da minha perda...
Eu estava me perdendo.
Inacreditável que este coração não tenha encontrado um amor.
E tão tarde irá encontrá-lo...anda perdido por entre estes colapsos sem trajes e diante desta luz....cinza.
Preste atenção...não cave ainda mais esta dor...
Preste atenção...este abismo é maior...
Essa ferida é uma bagunça...
O intermédio entre a cova e o imundo...
Aqui não se pode ter paz...esta cena encena o meu fracasso.
E esta minha cara triste...
Procurando a tua mão que eu esperava estar estendida, estende a causa desta trágica comédia...
A morte se aproxima dessa minha doce vergonha.
É dessa velha e feia vergonha...

 Lane Cardoso

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Flat

Olhar pro mar e viajar ao som das gaitas,

E dos andantes na areia.

Sou discípula das minhas vontades...

Trafego em meu fone de ouvido... Vejo aéreos... 360...fico aérea...

Viajo junto das tuas manobras...

Quem me dera ser a fonte e a inspiração das tuas ondas...

Sacrifício nada... Não!Não é nada com nada..

Quem me dera conseguir manobrar também meu coração...

As gaivotas esvoaçantes... deslizantes no vento...as gaitas dançantes...

Vontade que passa... Que vai embora com as gaivotas...

No vai -e -vem das ondas.


Lane Cardoso

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Tarô

Eu andei dentro de uma roda viva, desagregando posturas, esgotando sensibilidades.Os minúsculos caquinhos de vidro, vez ou outra, tenho que retirá-los da carne.
De fora, descomunico amabilidades e passo me desfazendo em cores de olhares aquarela, às vezes recebo afagos tais... Não economizam circunstâncias... Desafio infelicidades.
Eu ando me abastecendo de grandiosidades metafísicas, almoço e janto melancolias ancestrais, sinto no ventre, comoções maternais e de vez em quando me flagram com um rizinho idiota na cara.
De vez em quando me pego numa felicidade atemporal, acalmo e emprego doses de sanidade, despojo e me sirvo de cálidas intuições.
O nariz do pai e a boca da mãe, fora do ar e dentro do mar, enlaçada por inquietos laços, fluída de esperanças e alma, "pensável e sensível" é meu filtro inevitável, sujeitos ao trânsito ulterior, pela feitura de novas circunstâncias, mais brilhantes. 
Pela firmeza inefável e pretensiosa da procura.

Andréa Alves

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Distâncias...

Esta distância das coisas...

Vivo aqui pensando em uma forma de trazê-las pra perto pra não sacanear mais meu coração.

Fico horas vagando neste travesseiro por vezes sombrio e intransigente.

Deixo as horas me levarem como levam os pássaros.

E esta voz solta na minha cabeça, meus pés calejados.

Isso tudo é um grande mistério, guardado a sete chaves.

Nem mesmo o melhor dos adivinhos conseguiria adivinhar por onde andam minhas idéias.

As horas vão passando, passando como se eu tivesse em um filme de contagem regressiva.

Por horas quero desistir destes absurdos, destas frases, destas cinzas.

Cinzas deixadas com palavras sem nexo...

Ah... Mas, esta distância é uma loucura. Passageira.

Passará como as nuvens em um céu azul anil.

Quero trazer pra bem perto, pra um lugar em que possa tocar, apalpar.

E assim festejar mais um dia sem pensar em trazê-las pra perto.


Lane Cardoso

O que dói não estas ruas, não são estes traços, não são estas velas.

O que me dói não são estas estrelas sem brilho, não são estes cortejos incertos, não é esta brisa sem mar.

O que me dói não é o pestanejar de quem pede, não são estes vultos inocentes, não são estas linhas tortas, não é este alvoroço.

O que me dói não é cintilante, não é este horizonte, não são estes inícios, meio e fins.

O que me dói não é a fila pro pão, não é a andar desconcertado, não é o domínio em minhas mãos.

O que me dói não é esta taça cheia, este maço corrompido, estas folhas secas.

O que me dói não é o exigente, o intransigente, o inocente.

O que me dói não é o fracasso, não é cair, não é levantar.

O que me dói não é a insensatez, não é eloqüente, não é o dissidente.

O que me dói não é distante, está bem perto, que dói.

O que me dói não está no infinito, está balançando ao vento, exaltado no escuro.

O que me dói é este segredo.


Lane Cardoso

Um anjo e uma canção

Ah...anjo com tão despontada magia.

Uma canção que não sai do teu olhar.

Uma flor que há de não secar dentre estes efêmeros versos.

Uma prosa que há de sobreviver nestes eternos lençóis.

Aparecem-me a tua face angelical, estes cachos doirados...

Com este jeito lançando-me a perdição.

Tão formoso sorriso neste louco luar.

Vem assim nos meus sonhos, me cobrindo de suor.

Oh!Não venhas a me desapontar, partindo sem endereço deixar.

Venha pra perto, chegue mais perto.

Conte-me a tua estória, faça-me suspirar.

Corte estes velhos espaços e retire as gotas deste meu olhar.

Deixe esta noite passar sem dor, não deixe vestígios.

Deixe apenas que as folhas caiam e que as sementes possam germinar.

Para que entre a prosa, a lua e a canção, as flores ainda possam brotar.

 Lane Cardoso

 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

com os olhos semicerrados

Não consegui sair de dentro da nuvem do meu cigarro, então parei de falar para reinventar meus últimos pensamentos e suspiros, acabei voltando ao meu antigo vagão, de lá os poetas mortos se reúnem aos vivos e bebem e falam com rigor e elegância sobre as insanidades corriqueiras enquanto se abraçam e se beijam numa instigação só.
Mas ainda assim há fumaça.

Andréa Alves e Carol Ferreira

Noites de Campos


Ella não dormia há duas noites, deitava-se, mas a cabeça simplesmente não parava, o pensamento escorrendo por todos os orifícios. Ella tinha sonhos recorrentes, sonhos que possuíam um padrão.Lembrou-se do último sonho, acabara sonhando a lembrança de outros sonhos, antes de escorregar pelas teias do enorme hotel e seus elevadores velhos e dezenas de lances de escadas muito íngremes, onde uma pequena multidão circulava por todas as fachadas de cada quarto. Seu quarto mais para um pequeno ateliê improvisado, no último andar.A subida era deveras tortuosa, insegura demais, tinha-se de subir e deslizar pela toca do coelho de Alice e se deixar cair dentro de algum cano até se ver parada na porta e hesitar um bocado antes de destrancar a fechadura, empurrando a porta devagar.
Lá dentro o ar é pesado e frio, alegrava e apavorava, lugar cheio de sombras, mecanismos de felicidades, de vultos que a esperavam na ânsia de roubar um tanto do seu sentir. Ella sentia orgulho e misericórdia, ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­ __esses velhos fantasmas me amam tanto. Pensava. Com certeza e com paixão suficiente para rasgá-la e sacolejá-la, enchendo o quarto de contrações magnéticas, em belas horas fora arremessada janela abaixo, mas suas asas mil vezes a salvariam de mil estagnações sonolentas.
Pela manhã, Ella de olhos fechados, sonambólica, estica os ossinhos dos pés doloridos e sente
__O melhor é dormir, porque nem o horror nem nas noites de mais puro prazer, nada impede o sol de raiar o dia, causando-me o tédio ilusório da eternidade.


domingo, 25 de janeiro de 2009

Ela esteve presa por algumas naquele lugar em que passou sem ser vista.

Ninguém precisava vê-la, ver a sua cara inchada, seus pés descalços, o andar torto.

Uma folha caindo na testa e o que lhe resta?

Rezar por entre os vivos, secar a fonte, rastrear a vizinhança?

Escreveu nada com nada diante daquele papel seco.

Aquela folha ficou lá, jogada como ela entre as cercas,como um jazigo desocupado.

Ela está obscura demais. Daqui a pouco começa a citar os profanos da mitologia negra.

Sim, negra porque às claras não quer ser vista.

Joga fora todo aquele passado sujo, veste a roupa da liberdade e bebe o cálice da puberdade.

Êita idade!

__________________________________Lane Cardoso

Caos

Eu não agüento tanta gente. Eu não agüento essa gente.Devorar-te como um cão faminto ou um diabo que foi pra cruz.

Desisto das mediocridades destas horas, desisto das filas, insisto na lógica.Fio a fio de lã, a garganta entalada, não desce, não desce.

Nestas luzes, faróis altos, cidade cinza, aperto nas escadas, corredores escuros, calçada abarrotada.

Quero a brisa, o andar devagar na calçada, o vento soprando, a parafina desbotando meu cabelo. Oras, que escolha, que escola!

Aprendendo na marra, saltando cedo da cama, se vestindo apressado, a meia trocada, o sapato sem graxa. Isso não, vida!

No quarto, o cd jogado, a bolsa atirada, a roupa úmida, o gelo descongelado na bebida. Isso não, loucura! Este ritmo não faz bem.

Ele quer jogar tudo pro alto e agarrar só o que vale a pena.

Deitar e levantar lentamente, somente.


__________________________________Lane Cardoso

sábado, 24 de janeiro de 2009


Fazia tempo que esta brisa tão tocava o meu rosto...
Este azul celeste me lembra uma infância não tão distante.
Ecoam esses sons do mar bem longe, onde o vento costumava balançar meus cabelos.
Saudades daquela época em que a gente escutava os pássaros cantarem. Hoje eu não escuto mais. É efêmero não pensar neste retorno. Voltar pra aquela cabaninha onde o monte de areia servia pra te consolar com aqueles castelos mal-feitos.
Juventude estática, voando alto, saltando entre as estrelas.
Diariamente se vê da janela aquele sol brilhante com nuvens cor de neve...
Lembro-me de quando me balançava na rede e eu adormecia.
No espelho sentindo o cheiro do café pra depois sentir o gosto do pão.
Brincando de roda e teu olhar atendo a todas às nossas manobras. Aquela criançada.
Não tentei ser o que sou, foi por acaso...
Ser esta vastidão de saudade, de alegria.
E por ora, nostálgica.
Queria todo aquele sol, todas aquelas nuvens pra te agarrar no horizonte, no infinito.
Enquanto o sonho permeia minha noite,
Resta-me dizer que eu te reencontrarei um dia.

__________________________________Lane Cardoso

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Metendo o bedelho


Outro dia fui abordada por alguém dizendo: “Magra desse jeito e fumando” e então eu disse: “Porra! Nada contra, mas por que tu não começas a fumar? O que isso têm demais? A vida é minha, o dinheiro do cigarro é meu, o pulmão também... Mas, ando pensando em me manter assim... fico aqui escrevendo um monte de asneiras, o mundo girando, as pessoas morrendo de fome, de sede, o dólar subindo, aliás, o que tem haver eu e o dólar? Eu compro é em reais... hahaha... tenho mais no que pensar, oras! Com qualquer moeda se compra comida pra matar a fome e água pra matar a sede...
Uns ficam ricos, outros ficam pobres, outros doentes, outros com saúde até demais, outros mega-empresários, donas de boutique, que loucura... Eu gosto mesmo é de escrever e viver... primeiro eu vivo e depois eu escrevo..mas,espera aí?
E ainda tem gente se preocupando com o meu cigarro!?
Ah... meu caro  só vivendo..só vendo..só morrendo...eu...juro!
Vou falando,vou cantando,vou contando nada com nada, mas o que importa é isso, depois somos relembrados.
Relembro tanta gente, tanta coisa, leio tanto dos imortais, dos mortais, dos que vão e voltam.
Acrescentar isso à minha vida, ao meu passado, escrever pro futuro... Danem-se quem acha louco, um absurdo.
Profano é não viver, não dar uns tragos, uns goles, não aproveitar o mar, não descer nas ondas, não ver o sol, não admirar a lua, não me mostrar as estrelas, não cultivar o bem, querer meter o bedelho na vida alheia.
É o que digo: quero mais é viver, viver aqui e quem sabe acolá. Viver acolá e quem sabe viver aqui.
Querem me “indireitar”...
Ah!Não meta o bedelho!
Do meu cigarro e dos meus tragos cuido eu!

__________________________________Lane Cardoso

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Por David Leão...

Acho você fabulosa demais para que alguém seja capaz de esquecer. A Andréa então te têm como uma lenda, tenho certeza...

Por Marsoan...

Meio ao vento, tento acertar o tempo com palavras, invento-as, esquento-as e atiro com precisão. É visão a flexa de nomes, como o voejar das borboletas belas, em busca de preciosas cristas de ondas amarelas.("Mar e soN")

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Tragos entre goles




Estive pensando em um monte de coisas esta noite...
Em todos os tragos ,em todos os goles...em todos os outros...
Aquele gole macio,aquele trago quente,aqueles outros frios...
Estava mesmo naquele lugar.
No lugar onde não poderia entrar.
Os fios de lã...o tecido de seda pura,
O contraste teu e meu,
Enrolada nos lençóis...
Selva...ahhh...doce selva...
Antes de acordar...o sol já brilhava...a respiração já ofegava...
Num instante parecia que iria acabar...mas acabara de começar!
Desleixo,te deixo...Lembrar do trago,daquela garrafa de uísque...naquele lençol amarrotado...
Ah...corro pra te pegar....de novo...
Com muitos tragos e em outros goles.

__________________________________Lane Cardoso

Liberdade

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não fazer !
Ler é maçada,
Estudar é nada.
Sol doira
Sem literatura
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como o tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D.Sebastião,
Quer venha ou não !
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
Mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

________________ Fernando Pessoa

Delicatessen

Você nunca conhece realmente as pessoas. O ser humano é mesmo o mais imprevisível dos animais. Das criaturas. Vá lá. Gosto de voltar a este tema.Outro dia apareceu uma moça aqui. Esguia, graciosa, pedindo que eu autografasse meu livro de poesia, "tá quentinho, comprei agora". Conversamos uns quinze minutos, era a hora do almoço, parecia tão meiga, convidei-a para almoçar,agradeceu muito, disse-me que eu era sua "ídala", mas ia almoçar com alguém e não podia perder esse almoço. Alguém especial?, perguntei. Respondeu nítida: "pé-de-porco". Não entendi. Como? "Adoro pé-de-porco, pé-de-boi também". Ahn...interessante, respondi. E ela se foi apressada no seu Fusquinha. Não sei por que não perguntei se ela gostava também de cu de leão. Enfim, fiquei pasma.Surpresas logo de manhã.Olga, uma querida amiga passando alguns dias aqui conosco, me diz: pois você sabe que me trouxeram uma noite um pé-perna de porco, todo recheado de inverossímeis, como uma delicadeza para o jantar? Parecia uma bota. Do demo,naturalmente. E lendo uma entrevista com W. H. Auden, um inglês muito sofisticado, o entrevistador pergunta-lhe: "O que aconteceu com seus gatos?"Resposta: "Tivemos que matá-los, pois nossa governanta faleceu". Auden também gostava de miolo, língua, dobradinha, chouriços e achava que "bife" era uma coisa para as classes mais baixas, "de um mau gosto terrível", ele enfatiza. E um outro cara que eu conheci, todo tímido, parecia sempre um urso triste, também gostava de poesia... Uma tarde veio se despedir, ia morar em Minas... Perguntei:"E todos aqueles gatos de que você gostava tanto?" Resposta: "Tive de matá-los"."Mas por quê?!" Resposta: "Porque gatos gostam da casa e a dona que comprou minha casa não queria os gatos". "Você não podia soltá-los em algum lugar,tentar dar alguns?" Olhou-me aparvalhado: "Mas onde? Pra quem?" "E como você os matou?" "A pauladas", respondeu tranqüilo, como se tivesse dado uma morte feliz a todos eles. E por aí a gente pode ir, ao infinito. Aqueles alemães não ouviam Bach, Wagner, Beethoven, não liam Goethe, Rilke, Hölderlin(?????) à noite, e de dia não trabalhavam em Auschwitz? A gente nunca sabe nada sobre o outro. E aquele lá de cima, o Incognoscível, em que centésima carreira de pó cintilante sua bela narina se encontrava quando teve a idéia de criar criaturas e juntá-las? Oscar, traga os meus sais.



________________________________________Hilda Hilst

sábado, 17 de janeiro de 2009

Luigi


"Chegou o amor.
Bateu a porta devagar
e sem pedir licença pra entrar.
Entoou versos secretos,jurou sempre amar.
Juras poéticas,frases enfáticas,nem precisou começar.
O brilho intenso dos teus olhos em meu coração está.
Enche-me de alegria saber que longe de ti,eu nunca mais irei ficar."

________________Lane Cardoso____________

Desenhos

"Um lapso.
um lapso!
Um lápis pra desenhar
tudo o que penso.
Tudo o que é tenso.
Tudo o que é denso.
Fantasias
em suas entranhas
eu alcanço.
Fantasias das lembranças
no descanço.
Viajo no deslize do
meu ego.
Esqueço no deslize
do que vejo!
Não me traga a tua
dor.
Fora do meu peito!
Dor do imenso,tenso amor."

__________________________________Lane Cardoso

Pertenço.

"Sou do sol e da lua.
Do inverso e do controverso,
Do frio e do calor,
Da demora e da espera,
Da esfera e do longínquo,
Do seco e do molhado,
Do imenso e do pequeno,
Do retrato e da presença,
Do escuro e do claro,
Do retrocesso e do recomeço,
Da essência e da brisa,
Do Sudeste e do Nordeste,
Do gelado e do fervor,
Do mais e do menos,
Da cara e da coragem,
Do mar e da terra.
No fim, serei das flores.”
__________________________________Lane Cardoso

Picasso

Você não imagina o trabalho que tive para fazer isso, porque é preciso desenhar cada letra de trás para frente.(Picasso)

(ossaciP)".etnerf arap sárt ed artel adac rahnesed osicerp é euqrop,ossi rezaf arap evit euq ohlabart o anigami oãn êcoV."


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Desabafo.

Ele estava andando no meio da chuva.
Encontrou um poste.
Encostou a cabeça e desabou a chorar.
Não encontrou a sorte.
Andou meio devagar e com um passo na morte,
Relutou em desabar...
Triste fim de Joaquim...
Neste instante um senhor veio a o abordar...
Não teve pressa em lhe contar da traição de Mariah...
Das dores de cabeça,
Nem a ciência poderá explicar...
Triste fim de Joaquim.
Alegre começo de Mariah.

Lane Cardoso

Desaponto.


Eu te escutei levantar no meio da noite.
Efêmera a minha presença na tua cama,
Vontade louca de te puxar pra dentro dela...
Acariciar-te até a alma.
Fugiste. Não és capaz.
Não tens força pra me seduzir...
Foste embora...
Feliz da minha solidão
Amanhã estarei mais forte...

_______________Lane Cardoso

Anseios

"Retrocesso, recomeço, submerso.
Andar, vagar, chegar.
Recomeço,submeto,atravesso.
Anseios.

Fim.

Se fôssemos infinitos
Tudo mudaria.
Então, que o tudo permaneça
Como está."


Lane Cardoso

Kitupira...

"Desviando da saudade o tempo todo...
Pra me ferir menos...
Eu sei que ela está lá...
E em desvios se faz pequeno...
O tempo..."

"Kitu nós...kitu quer...
kitu vai...Kit vêm..
Kitu céu...Kitu mar...
Kitu tu tá...tá...tá..
Não posso negar...
Kitu...saí de mim...
Kitu é assim...
Sim,posso afirmar...
é um reboliço que
em meu coração há..."

Lane Cardoso

Deitaste...

As folhas deitaram...
Folhas deitadas, crepúsculos surgindo...
Nascidas de uma volta que o vento dá
Flores em torno dos teus olhos
Nem consigo relembrar.
Caminhos sem voltas!
Voltas que a Terra dá.
Sinto uma loucura pesar,
Um filme em preto e branco,
Sem cores, sem ar
Posso te deixar deitado
Porque não consigo te levantar
Ah... Voltas que a Terra dá!
Em meu peito
Só há dor a me acompanhar...

Lane Cardoso